Games despertam habilidades em adolescentes

No escritório de sua casa, Fernando Augusto passa boa parte do dia sentando numa cadeira giratória preta. Na sua frente, milhares de pessoas conversam, definem estratégias para um futuro próximo, correm atrás de dinheiro e muitas vezes trocam confidências. Para fazer parte do grupo e viver na realidade virtual, o mínimo necessário é entender o básico do inglês, já que os alimentos, as vestimentas e outros acessórios devem ser solicitados neste idioma estrangeiro.

O que Augusto faz é comum para muitos adolescentes contemporâneos. Os games, como sites de relacionamentos e comunicadores instantâneos, já fazem parte do cotidiano dos jovens, por isso, criticá-los, muitas vezes, não é o certo. Para o mestre em educação e professor do Grupo Uninter Paulo Negri Filho, o cérebro do jovem funciona melhor quando o game faz parte do cotidiano “O ato de jogar ajuda na questão cognitiva, desenvolvendo certos atributos, como o raciocínio e a criação”, e complementa dizendo que o lado físico também ganha nessa historia. “Além de tudo, a coordenação motora é trabalhada”. Confira matéria que aponta tais benefícios.


Segundo Augusto, o jogo facilitou o entendimento do inglês e aumentou seu circulo social “Conheci várias pessoas e todas falavam inglês, isso me ajudou a entender melhor o idioma”. No último vestibular para Universidade Federal do Paraná (UFPR) o adolescente que completou 18 anos recentemente, conquistou uma vaga no curso de engenharia. “Graças ao tempo que passei na frente do PC – claro que estudei - consegui gabaritar a prova de língua estrangeira da federal”, afirma.



Por outro lado, há muitas críticas quanto ao tempo que o adolescente passa em frente ao computador. Para o diretor de operações da Calibre Games, Ronaldo Cruz, apesar do aumento do circulo social virtual, do aprendizado dinâmico da leitura e do conhecimento adquirido em internet, o tempo perdido com jogos poderia ser aproveitado para outras atividades. “Acho que atrapalha a vida social real da pessoa”.

A opinião de Cruz é sustentada por uma recente pesquisa feita nos Estados Unidos. Segundo pesquisadores da Brigham Young University, jogar games, em qualquer plataforma – PC, videogame e até celular - afeta relações familiares e hábitos sociais.

Resta agora à sociedade entender que games e outros artifícios da contemporaneidade fazem parte do cotidiano das pessoas. Um adolescente, hoje em dia, nasce num mundo em que o lazer não é mais o circo ou o parque de diversões; a bola ou o pião. O bom selvagem de Rosseau já sai da barriga da mãe numa selva louca, onde não há espaço para adoradores das rotinas antigas ou humanistas ao extremo.

Por Lucas Marins

1 Comment:

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