Na semana passada participei do encontro Jornalismo e Literatura, realizado na Unibrasil. Dentre os participantes, a jornalista da Revista Época Eliane Brum. A moça, que tem 20 anos de profissão, deixou os presentes excitados com tantas histórias incríveis sobre o "praticar jornalismo". Com seu jeito meigo, que não faz referência a sua idade, o maior recado que deixou para os futuros jornalistas é que o repórter, além de procurar ser imparcial e seguir o que é dito na faculdade, deve levar em consideração o lado humano; deve entender que a fonte tem sentimentos.
foto Adrino Carneiro
Contou que uma vez pecou no quesito “humanidade jornalística”. Certo dia teve que fazer uma matéria em um asilo do Rio de Janeiro. Após receber liberação para permanecer no local, ficou semanas acompanhando a rotina dos velhinhos e por fim fechou a reportagem que, a princípio, ficou ótima, mas depois de analisada mostrou claramente que um pecado terrível havia sido cometido: A vida dos senhores e senhoras - nomes e desejo diversos - foi exposta no texto e isso causou constrangimento nos moradores. " Não tive coragem de voltar lá e pedir desculpas", disse. Num resumo básico, segundo as explanações de Eliane, o negócio é excluir o lado burocrático da profissão e focar na parte humana das coisas.
foto Pamela Stadler
Claro que a maneira como a jornalista segue na profissão, com liberdade de criação e tals, é algo totalmente fora da realidade. Mas, independente disso, ouvir a menina que recebeu mais de 40 prêmios em sua carreira, entre Esso e Vladimir Herzog, é muito gratificante. Ela também disse que vira amigo das fontes – algo totalmente criticado na faculdade. Os professores geralmente gritam “tenha uma relação profissional com a fonte”, e é isso que todo estudante procura fazer. Mas, já que a repórter, que também é documentarista, afirmou que o envolvimento ajuda na criação e humanização da matéria, o que é dito em sala de aula pode não ser o método ideal. Bom, mas ai entra a questão burocrática, então deixa pra lá.
Acabei de ver no blog do evento, que Eliane mandou um recado aos alunos. Segue abaixo, de acordo com o que foi publicado no endereço acima.
"Pessoal!
Estar aí com vocês foi uma experiência que fez muito bem para a minha vida. Às vezes, faço palestras, e, quando acaba, estou uma uva passa. Sugada. Com vocês, não. Recebi muito de vocês. Saí cheia de coisas boas, com a alma cantando. A gente trocou, foi um grande encontro. E guardo isso pelos dias.
Muito obrigada por terem me escutado! E boa sorte na melhor profissão do mundo!
Beijos e abraços
Eliane Brum
P.S. – Não sabia onde deveria postar… então botei aqui. Sou foca nesse negócio de blog. Mas vou aprendendo…"
Eliane Brum na Unibrasil
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